sexta-feira, 5 de agosto de 2016




as coisas quando se chocam, quando são arremessadas, quando caem. há uma evasão suspensa, densidade que se faz passagem, a qualidade oblíqua de toda afirmação. as coisas quando se chocam, o que se captura e o contágio incalculado. a potência de uma evasão, um corpo todo rastro, a impressão de uma permanência que oscila. a atração é um chamado à coragem, o encontro é tanto rota quanto choque, é também a constatação de algo que se ausenta, das coisas que se atingem, quando são arremessadas, quando caem. há o que se despede sem lamento, o que persiste e o que concede em faltar. o acontecimento que corta o corpo é indício de que tudo que é corpo é passagem. que aquele que ocupa é  o que se deixar ocupar.    
escrever-com: a partir do contágio, da colisão e do que reverbera como rastro. uma escrita que se desloca e estatela, imantada de corporeidade. não é escrever para esclarecer, é para fazer tremerem as paredes, testar a dilatação do espaço, marcar alguns estados, fazê-los desaparecer.  

documento-ficção: experiência de estar junto e de produzir o contato através da diferença.